sábado, 21 de julho de 2012

Perco tudo dentro de casa. De chaves à sapatos.

Pensei: "Vou fazer uma janta caprichada hoje." Lá fui eu ao mercado comprar as coisas.

Retornando pra casa comecei os preparativos. Separei o arroz, descongelei o feijão e a carne (deixo congelado. Quem mora sozinho sabe como deixar as porções separadas só pra colocar no microondas), comecei a picar os legumes. Depois de tudo pronto vou pro fogão. Sou garoto prendado, mas esquecido, muito esquecido, extremamente esquecido. Onde está o isqueiro? Pensei: "Usei esse trem ontem. Cadê agora." (meu fogão não acendimento automático) Procurei na cozinha inteira e nada. Fui para os outros cômodos da casa a nada. Vontade de jogar tudo fora e pedir uma pizza, mas desperdício não é comigo. Quase 22h lá vai o Lésche no mercado compra fósforo, dá pra acreditar?

No caminho ia pensando como "perco" as coisas.

Hoje pela manhã comprei um batom de cacau. Voltei pra casa. Sai a tarde quando voltei... cadê o negócio. Vasculhando muito achei um outro, que eu tinha perdido,  e por não ter achado comprei o outro que estava procurando (confuso não é?). Por fim agora estou com dois protetores labiais.

Ontem a noite cheguei de madrugada da cobertura da pecuária de Rio Verde... Tirei a roupa e desabei na cama. Hoje pela manhã peguei meus sapatos pra engraxar. E onde estava o da noite anterior. Lá vou eu novamente á caçada. Meia hora depois achei o dito cujo dentro do armário dos alimentos. Como assim? Nem sei como foi parar lá. Juro.

Anteontem indo pro Trabalho coloquei minhas lentes de contatos e os produtos na mochila e fui de óculos. Chegando lá não encontrei o estojo com os objetos. Voltei em casa procurei igual a um louco e não achei. Voltei pra TV e lá estava o estojo no banco traseiro do carro. O carro é uma extensão pra perder as coisas.

Ou seja, perco tudo, ou melhor, coloco em algum lugar e não lembro onde guardei.

Tentei me lembrar quando comecei a esquecer onde colocava as coisas. Não consegui. Lembro que minha primeira vítima foram as chaves de casa. Sempre que ia sair de casa gastava no mínimo 5 intermináveis minutos procurando os objetos. Já deixei as chaves dentro do tênis, debaixo de travesseiro, no armário do banheiro e em muito outro locais. Um dia minha mãe comprou um porta-chaves e me ensinou a sempre deixar lá. Demorei um pouco, mas aprendi...

Todas as mulheres da minha vida, sejam da família, amigas e ex-namoradas tentaram me ajudar neste ponto. Mas meninas, obrigado pela ajuda de todas, não foi falta de esforço de vocês. Eu sou assim mesmo. Em casa "perco" tudo. Uma hora eu me acho.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

"As mil faces da Verdade"

Este é parte de um texto retirado do site observatório da imprensa, escrito por Carlos Brickmann...

Gostei muito da reflexão da conveniência do se mostrar e esconder segundo as conveniências políticas...
Vale a pena a leitura...



Nada mais justo: os parlamentares têm de prestar contas a seus eleitores e, portanto, seu voto deve ser aberto. Voto secreto é coisa de mau-caráter, de gente que gosta de prometer uma coisa e fazer outra. Tomemos como exemplo o caso do senador Demóstenes Torres: abertamente, ninguém votará em favor dele. Mas, com o voto secreto, a coisa é diferente. Como dizia Tancredo Neves, que sabia tudo de política, voto secreto dá uma vontade danada de trair.
Nada mais injusto: imaginemos um projeto que crie dificuldades a pessoas e empresas poderosas, que atuem dentro ou fora da lei. Um juiz pediu agora para ser afastado de processos referentes ao bicheiro Carlinhos Cachoeira por temer que, no futuro, daqui a alguns anos, possa sofrer um misterioso acidente de automóvel. Votar abertamente contra grandes interesses é sempre insalubre. A consequência será que nenhum projeto que crie dificuldades ao poder e aos poderosos será jamais aprovado. E quem votará contra o governo em casos importantes, afrontando de peito aberto o risco de sofrer represálias?
Quem não tem nada com isso dirá que cabe aos parlamentares ter a coragem de suas convicções. É verdade; cabe a todos os cidadãos ter a coragem de suas convicções. Esqueça-se, pois, o voto secreto nas eleições: que cada eleitor tenha a coragem de votar contra o candidato do patrão, botando o emprego em risco. Esqueça-se, também, o segredo dos confessionários: se o padre pode saber de seus pecados, por que escondê-los do restante da população? Ao pecar, cada um deve saber o que faz e medir as consequências. Entre elas, o repúdio dos amigos.
Nossos meios de comunicação – especialmente, neles, os comunicadores mais populares, tanto no rádio como na TV – veem o mundo em preto e branco, bom ou mau, ético ou não. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas o mundo não é assim. Tudo que ocorre tem um motivo; e cabe ao legislador buscar o equilíbrio entre as vantagens e desvantagens de cada medida, sabendo que em certas ocasiões este equilíbrio será rompido e exigirá que haja mudança nas leis, sabendo que a verdade tem mil faces e que nem sempre a nossa verdade será a verdade (também legítima) de outros. E sabendo também que, quando se tenta regulamentar tudo, nada vai funcionar.
Agora, por exemplo, há grande escândalo em São Paulo porque se descobriu que há uma maneira de marcar presença no plenário da Câmara Municipal sem que o vereador tenha de aparecer por lá. Mesmo não indo ao plenário, mas usando o truque de registro de presença, Sua Excelência receberá o jeton, a quantia que lhe é paga por cumprir sua obrigação, ou seja, trabalhar. Briga-se, com grande participação na imprensa, para que os vereadores só possam marcar presença, e receber o jeton, se aparecerem mesmo no plenário durante as sessões. Mas:
1. O plenário é um dos lugares de trabalho do vereador; entretanto, não é o único. O vereador pode trabalhar, e muito, em seu gabinete, ou percorrendo a cidade (o que não quer dizer que sempre o faça, ou que a maioria o faça);
2. O parlamentar pode perfeitamente ir ao plenário todos os dias e assistir a toda a sessão, incluindo discursos, cânticos, onomatopeias, disfarces vários e participações especiais do senador Eduardo Suplicy, e mesmo assim ficar na maciota, sem trabalhar. Pode conversar com os colegas, falar no celular, fingir que trabalha com o computador portátil enquanto se diverte com games (basta tomar cuidado para que os fotógrafos não consigam a imagem da tela).
3. Um dos melhores parlamentares que o Congresso já teve, trabalhador, interessado, preocupado com a articulação política, um dos homens-chave para a transição da ditadura para a democracia, foi o deputado pernambucano Thales Ramalho. Depois de sofrer um acidente, Ramalho só se locomovia em cadeira de rodas, e não havia qualquer tipo de acesso ao plenário para deficientes físicos. Thales Ramalho ficou muitos anos sem ir ao plenário, sempre trabalhando, sempre a par de tudo o que acontecia. Quem realmente tinha importância saía do plenário e ia a seu gabinete, para discutir política com quem entendia do assunto.
A propósito, discutir pagamento extra para quem comparece ao trabalho é algo absolutamente cretino. Que haja um salário para os parlamentares, sem penduricalhos. E que os faltosos sejam apontados (pela imprensa, por que não?) para que os eleitores, com seu voto secreto, possam ter o prazer de demiti-los.
Uma velha piada sobre regras do futebol sugere que cada jogador receba uma bola para que não precise disputá-la com os outros 21. É uma ideia ótima, tão boa quanto abrir todos os votos ou torná-los todos secretos, ou determinar que trabalho é apenas o que ocorre no plenário. Só que o futebol deixaria de existir.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Universidade do crime

Escutei um comentário na rádio do comentarista Arnaldo Jabor que ensinava os políticos envolvidos em esquemas "não tão legais" a evitarem ser pegos. Já que está virando moda nada mais justo que umas aulinhas, não é? Aliás eu me lembro que quando mais novo conversava com um amigo sobre como seria abrir uma "Faculdade do Crime". Meu amigo falava que o reitor seria o Fernandinho Beira Mar. Acho que hoje poderíamos criar uma "Universidade" com vários cursos e diretores. Candidatos aos cargos não faltam. Contravenção: Cachoeira; Corrupção ativa: ACM Neto; Cinismo: Demóstenes Torres; Coronelismo: José Sarney... e por ai vai. Imagina se para ingressar precisasse de concurso público. Seria praticamente uma prova de quem consegue fraudar mais o outro...

Lendo os noticiários percebi que existe um padrão neste tipo de casos ( o que reforça a especialização em corrupção ): "Não sei, não vi e coisa e tal." Daí vendo que a CPI da Assembleia Legislativa de Goiás rejeitou todos os pedidos de depoimentos do "Cachoeiragate" inclusive do próprio Cachoeira pensei: Antes ser honesto que desenvolver este tipo de arte.

Segue o link do comentário de Arnaldo Jabor. Vale a pena escutar.

http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/ARNALDO-JABOR.htm

domingo, 1 de julho de 2012

Lentidão e Agilidade nas investigações a Políticos.

A Unasul suspendeu a participação do Paraguai na reunião do Conselho Sul-Americano convocado de forma extraordinária. O motivo parece óbvio, alguns paises não reconheceram e não reconhecem o novo governo do país, depois do impeachment do então presidente Fernando Lugo. 

Até ai nem entro no mérito da questão. O que quero expor aqui é a opinião de vários governos, inclusive o brasileiro, ao falar da "agilidade" para derrubar o "ex-presidente". Em menos de dois dias Fernando Lugo foi destituído do cargo. Julga-se que o político não teve tempo para o contraditório, ou seja, de se defender. Pode até ser que ele não tenha se defendido, mas bem que a moda podia pegar no Brasil.

Aqui é o contrário. Um exemplo: O mensalão depois de trocentos anos pode ser, vejam só, "pode ser" julgado este ano. É um absurdo. Sabe por que as autoridades brasileiras estão falando de pouco tempo de defesa? É porque aqui no país tempo de defesa é igual à: 1) Buscar buracos na lei pra contornar a coisa; 2) Arrumar algum atestado médico de insanidade; 3) Comprar as testemunhas ou pessoas que possam confirmar as acusações; 4) Fazer lobby no meio político para evitar as punições e para finalizar 5) Afinar o discurso dos demais envolvidos para que ninguém seja descoberto e todos continuem o mesmo trabalho de ganhar dinheiro às custas do contribuinte.

Acho que o problema não é a agilidade, mas sim a falta de impunidade que prevalece, principalmente no Brasil.